sexta-feira, 12 de julho de 2013

Contribuições para a analise da Conjuntura! Frente Estadual Antimanicomial dia 20 - 14:30

Hoje a Frente Estadual esta completamente esvaziada e não mais pode ser chamada de Frente.
Um pequeno grupo se apoderou do controle desta organização muito em função de poder financiar suas ações. A Frente torna-se desta forma mais um polo da luta antimanicomial colocando-se ao lado de outros tantos grupinhos que se multiplicam neste fértil e lucrativo campo de luta.

Este Povinho todo não parece compreender a importância de se ter uma articulação de todos estes seguimentos, a Frente por sua vez em função de uma coordenação centralizadora com projeto distinto da carta de princípio que a gerou foi aos poucos lutando por seu espaço e expurgando uma possibilidade de articulação ampla com os vários seguimentos que atuam na luta antimanicomial.

Participantes foram tirados do grupo de discussão que é a possibilidade de estabelecimento do debate aberto das ideias. A senha do site sumiu mostrando uma falta de organização ou transparência. Apontando para uma estratégia de controle do processo!

Não sei se ainda é possível retomar o papel que a frente desempenhou e sua participação ampla na articulação em defesa da lei Paulo delgado e no fim dos Manicomios!

O curso elaborado para a militância optou por ser técnico e não propiciar a politização das questões.

A conjuntura atual do País com as manifestações que iniciaram em Junho, nós obrigam a falar de política. Ë o que as ruas clamam e necessitam para poder se manifestar. Questões técnicas podem auxiliar na compreensão da doença e do problema médico nunca criarem militância. Não colocam a frente na luta por direitos humanos e transformação social.
Proponho que a partir desta análise de conjuntura promovamos instrumentos de análise institucional aos participantes da Frente, uma visão das relações de poder na questão da Saúde e em defesa do SUS pode de fato subsidiar a luta.

Mas o papel da Frente não pode ser apenas de formar mas de articular e identificar os vários atores do seguimento. E muito mais importante se colocar para fora influenciando as forças populares contra a aprovação da PL 7663, particularmente nos itens que regulamentam as comunidades terapêuticas e da internação compulsória! Temos muito que aprender com os movimentos Sociais como a CMP e o MST, ou a luta dos deficientes e dos idosos na confecção de seus estatutos mesmos que restritos. A mesma Luta que hoje esta ameaçada como a da Criação do ECA. Quem sabe um dia não podemos ter um estatuto do Paciente Psiquiátrico, ou como preferem alguns da pessoa com Transtorno Psíquico?

Mais grave do que a condução errada dos rumos da Frente esta a perseguição a determinadas lideranças por divergências na condução do processo. Numa Frente não pode haver luta pelo poder, a coordenação das atividades deve ser em forma de rodízio e nunca ter uma organização hierarquizada. Desta forma pode se tornar cada vez mais ampla e favorecer a convergência dos pontos em comum. Mesmo que hajam profundas divergências internas. Devemos ser um local de debate democrático e autogerido! Com vista a identificar os pontos comuns e lutar por eles. Nossos inimigos não tem divergência o Lucro e a exploração os unem.

Outro erro da Frente é não favorecer o protagonismo dos usuários nas decisões e sua articulação para incentivar um movimento próprio. Isto se faz necessário e urgente para superar o manicômio que existe na relação de tratamento dos técnicos para com os usuários. Fechou-se fisicamente alguns Manicômios não se acabou com eles, cria-se as ditas Comunidades Terapêuticas (subvertendo o nome dado a um processo democrático e participativo de tratamento) com vários problemas de desrespeito aos direitos humanos e com problemas sanitários graves. Mas o pior é que a relação manicomial permanece no interior das outras instituições dos serviços de saúde. O emponderamento do Paciente, sua autonomia e sua tentativa de protagonismo são amplamente medicados e interpretados a luz do poder médico e terapêutico. Chegando ao absurdo de termos expulsões de pacientes dos CAPS, com violações graves dos direitos do usuário.

Somente uma Frente Ampla divulgando os princípios que a criaram e articulando forças para lutar por eles podem dar uma oportunidade de combatermos a articulação fascista que se apoderou do debate sobre as drogas neste país e colocar em pauta formas de tratamento com respeito e dignidade aos direitos de quem tem transtorno mental. Que este tratamento rompa com a hierarquia que se impõe nas relações Médico-Paciente, o qual o ato médico e expressão maior deste absurdo. Tratamento é direito nunca segregação.

Paulo de Tarso
Saudações Libertarias e Socialistas


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