Hoje a Frente Estadual esta
completamente esvaziada e não mais pode ser chamada de Frente.
Um pequeno grupo se apoderou do
controle desta organização muito em função de poder financiar
suas ações. A Frente torna-se desta forma mais um polo da luta
antimanicomial colocando-se ao lado de outros tantos grupinhos que se
multiplicam neste fértil e lucrativo campo de luta.
Este Povinho todo não parece
compreender a importância de se ter uma articulação de todos estes
seguimentos, a Frente por sua vez em função de uma coordenação
centralizadora com projeto distinto da carta de princípio que a
gerou foi aos poucos lutando por seu espaço e expurgando uma
possibilidade de articulação ampla com os vários seguimentos que
atuam na luta antimanicomial.
Participantes foram tirados do grupo de
discussão que é a possibilidade de estabelecimento do debate aberto
das ideias. A senha do site sumiu mostrando uma falta de organização
ou transparência. Apontando para uma estratégia de controle do
processo!
Não sei se ainda é possível retomar
o papel que a frente desempenhou e sua participação ampla na
articulação em defesa da lei Paulo delgado e no fim dos Manicomios!
O curso elaborado para a militância
optou por ser técnico e não propiciar a politização das questões.
A conjuntura atual do País com as
manifestações que iniciaram em Junho, nós obrigam a falar de
política. Ë o que as ruas clamam e necessitam para poder se
manifestar. Questões técnicas podem auxiliar na compreensão da
doença e do problema médico nunca criarem militância. Não colocam
a frente na luta por direitos humanos e transformação social.
Proponho que a partir desta análise de
conjuntura promovamos instrumentos de análise institucional aos
participantes da Frente, uma visão das relações de poder na
questão da Saúde e em defesa do SUS pode de fato subsidiar a luta.
Mas o papel da Frente não pode ser
apenas de formar mas de articular e identificar os vários atores do
seguimento. E muito mais importante se colocar para fora
influenciando as forças populares contra a aprovação da PL 7663,
particularmente nos itens que regulamentam as comunidades
terapêuticas e da internação compulsória! Temos muito que
aprender com os movimentos Sociais como a CMP e o MST, ou a luta dos
deficientes e dos idosos na confecção de seus estatutos mesmos que
restritos. A mesma Luta que hoje esta ameaçada como a da Criação
do ECA. Quem sabe um dia não podemos ter um estatuto do Paciente
Psiquiátrico, ou como preferem alguns da pessoa com Transtorno
Psíquico?
Mais grave do que a condução errada
dos rumos da Frente esta a perseguição a determinadas lideranças
por divergências na condução do processo. Numa Frente não pode
haver luta pelo poder, a coordenação das atividades deve ser em
forma de rodízio e nunca ter uma organização hierarquizada. Desta
forma pode se tornar cada vez mais ampla e favorecer a convergência
dos pontos em comum. Mesmo que hajam profundas divergências
internas. Devemos ser um local de debate democrático e autogerido!
Com vista a identificar os pontos comuns e lutar por eles. Nossos
inimigos não tem divergência o Lucro e a exploração os unem.
Outro erro da Frente é não favorecer
o protagonismo dos usuários nas decisões e sua articulação para
incentivar um movimento próprio. Isto se faz necessário e urgente
para superar o manicômio que existe na relação de tratamento dos
técnicos para com os usuários. Fechou-se fisicamente alguns
Manicômios não se acabou com eles, cria-se as ditas Comunidades
Terapêuticas (subvertendo o nome dado a um processo democrático e
participativo de tratamento) com vários problemas de desrespeito aos
direitos humanos e com problemas sanitários graves. Mas o pior é
que a relação manicomial permanece no interior das outras
instituições dos serviços de saúde. O emponderamento do Paciente,
sua autonomia e sua tentativa de protagonismo são amplamente
medicados e interpretados a luz do poder médico e terapêutico.
Chegando ao absurdo de termos expulsões de pacientes dos CAPS, com
violações graves dos direitos do usuário.
Somente uma Frente Ampla divulgando os
princípios que a criaram e articulando forças para lutar por eles
podem dar uma oportunidade de combatermos a articulação fascista
que se apoderou do debate sobre as drogas neste país e colocar em
pauta formas de tratamento com respeito e dignidade aos direitos de
quem tem transtorno mental. Que este tratamento rompa com a
hierarquia que se impõe nas relações Médico-Paciente, o qual o
ato médico e expressão maior deste absurdo. Tratamento é direito
nunca segregação.
Paulo de Tarso
Saudações Libertarias e Socialistas
LoucosPorMoradia.Blogspot.com.br
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